
Vamos eleger os poemas e os poetas do ano 2025, em Portugal. Um concurso de tema livre, aberto a todos os autores maiores de 18 anos. Aqui, quem vota é o leitor, e os poemas mais votados serão editados em livro, numa antologia homónima.
"POETAS DO ANO" é um concurso de poesia promovido pela Creative Books
Vamos fomentar o interesse pela poesia, incentivar a escrita e divulgar os autores de poesia escrita em língua portuguesa.
FUNCIONAMENTO
1. O concurso decorre entre os meses de abril e dezembro de 2025, com entregas mensais de poemas por parte dos participantes;
2. Cada participante pode apresentar um poema por mês;
3. A participação é efetuada até às 23h 59min do último dia do mês anterior ao do concurso, através do formulário abaixo;
5. A votação é aberta ao público e decorre mensalmente entre as 12h do primeiro dia e as 23h 59min do último dia do mês;
6. Os 10 (dez) poemas mais votados de cada mês serão publicados em livro.
Consulte o regulamento completo.
METAS
Escreve poesia? Participe no concurso “Poetas do Ano” e veja o seus poemas publicados em livro.
LIVRO
Os 10 (dez) poemas mais votados de cada mês são publicados em livro pela Creative Books, numa antologia homónima, sem qualquer custo para os participantes.
PROMOÇÃO
É oferecido um pacote promocional de publicação ao autor do poema mais votado. As características serão anunciadas mensalmente na página web da Creative Books.
DIPLOMA
Os autores dos 3 (três) poemas mais votados do mês recebem um diploma digital de Poeta do Mês.
PARTICIPE JÁ!
PARTICIPAÇÃO
Efectue a sua participação através do formulário. Relembramos as carecterísticas da obra:
1. A participação é submetida com uma declaração de compromisso do candidato em como é o único autor da obra original e inédita e que a mesma nunca foi publicada em papel ou nas plataformas digitais, constando da mesma o nome completo do autor, a sua nacionalidade, número de documento de identificação e respetiva validade;
2. Os poemas a concurso devem ser: escritos em língua portuguesa; inéditos; de tema livre; intitulados e assinados;
redigidos com o tipo de letra Arial, tamanho 12, espaço e meio entre linhas, não devendo ultrapassar uma página A4.
Submeta o seu ficheiro em formato .docx (word) ou .pdf. Consulte o regulamento completo.
VOTAÇÃO
Às vezes parece que é difícil o amor encontrar,
travo batalhas comigo mesmo.
Às vezes penso que é um sonho que está a se distanciar,
me sinto em um beco.
Um beco que significa o fim da linha,
para quem já entregou o coração vezes em conta.
Às vezes só quero me isolar em uma ilha e viver o meu faz de conta.
Faz de conta que o amor aqui não existe,
talvez assim meu coração teimoso desiste.
Desiste de amar quem não o ama, apagando assim toda a chama.
Às vezes isso seria bom, mas o que é a vida sem amor?
Provavelmente seria uma vida sem cor, mas eu quero viver uma vida colorida,
cheia de alegria, dormir e acordar com o coração a palpitar.
Palpitar de amor sem lembrar que isso pode lhe causar dor.
Então não vou me isolar.
Odeio este mundo.
Odeio-o.
Não como se odeia uma pessoa ou um inimigo.
Odeio-o como a todos os outros,
como me odeio a mim próprio.
Não posso evitá-lo.
E é isso que estou a tentar dizer.
Tento aceitar algo que me faça amá-lo
de certa forma, mas é impossível.
Odeio-o.
Odeio as caras sorridentes,
odeio os pombos, os taxistas apressados,
as mulheres demasiado santas,
mas tão putas que as odeio,
os tipos engravatados que se acham imperadores
e andam com os sapatos sujos e os bolsos vazios.
Odeio-os a todos.
Odeio os amigos de infância que prometem amizade eterna
e a dissipam em dois anos de universidade.
Odeio os pescadores,
bêbados de desculpas de velhos lobos-do-mar,
que nunca estiveram para além da areia.
Maldita seja, como odeio esses filhos da puta.
Odeio esses idiotas estúpidos, cheios de farlopa,
que com duas linhas se põem a fazer truques com cartas para crianças e acham que
podem voar.
Às vezes desejo-lhes uma morte dolorosa.
Odeio a minha sombra, a minha voz, o meu fôlego,
e, mesmo assim, calo-me e sigo em frente.
É o mesmo que não viver.
Ser Poeta não é apenas escrever versos- é respirar palavras, sentir a vida em metáforas e moldar a alma em sílabas que dançam no vento. Cada poema é um sussurro do universo, uma fagulha de eternidade gravada no papel. A poesia não nasce apenas da tinta, mas das lágrimas que nunca foram vistas, dos sonhos que habitam o silêncio da noite. E há um lugar onde esses ecos ganham asas, onde a poesia não apenas vive, mas é reconhecida, enaltecida, eternizada. Na Creative Books, cada verso encontra abrigo, cada palavra ecoa além do tempo. Aqui, a poesia não é apenas celebrada, mas consagrada. Todos os anos, uma nova estrela brilha no firmamento da literatura. O Poeta do Ano, não é apenas um nome numa página; é um farol para aqueles que buscam inspiração, um eco que ressoa na alma de quem lê.
Mas o que faz um poeta merecer esse reconhecimento? Não é apenas a métrica perfeita ou a rima impecável, mas a capacidade de tocar corações. Escrever não é alinhar letras- é rasgar-se em versos, reconstruir-se em estrofes, deixar um pedaço de si em cada linha. A poesia não vive apenas nas páginas dos livros, mas nos olhos de quem a lê e se sente visto, compreendido e acolhido. O verdadeiro poeta escreve não para ser lembrado, mas para ser sentido. E eu escrevo com esse propósito. Quero que
minhas palavras sejam pontes, levando conforto a quem precisa, inspirando aqueles que buscam uma nova perspectiva. Quero que cada verso seja uma centelha acesa na escuridão, um alívio para almas inquietas, um abraço para quem se sente só. Ser reconhecido pela Creative Books como Poeta do Ano, é mais do que um título-é uma consagração, uma prova de que a poesia nunca morre, apenas se transforma em imortalidade naqueles que ousam senti-la. A poesia é o mais humano dos legados. Quando o tempo passar e as memórias se dissolverem, as palavras ainda estarão lá,
preservadas nas páginas, eternas como estrelas no céu. Quem escreve, constrói um monumento invisível, mas indestrutível. E ser Poeta do Ano, é transformar essa chama em um farol ainda mais brilhante, capaz de alcançar horizontes inimagináveis. Eu
escrevo para permanecer. Para que, mesmo quando o silêncio cair, minhas palavras continuem a ecoar. E quem sabe entre tantos talentos que fazem da poesia um farol, a próxima voz imortalizada pela Creative Books seja minha?
Olhei-te e proferi um “Olá”,
penso que não me ouviste,
porque nenhuma resposta me dirigiste,
tentei novamente, mas pareceste-me consistente.
Olhaste para mim como quem não me visse,
como se eu fosse apenas um ar pesado que não se tem claro…
quando me viste finalmente, nada disseste,
limitaste-te a olhar para mim como se eu fosse algo que tu nunca quiseste…
Agora, era eu que te estava a olhar para os olhos,
à espera que dissesses algo talvez,
por tudo o que tive de pagar caro durante este mês,
que te lembrasses de me perdoar e que eu te pudesse perdoar a ti da mesma
forma, mas pareceu-me a mim que não te interessavas pelas mesmas normas…
Olhei para ti, mas não te vi,
pertencias ao mesmo corpo,
mas não à mesma mente,
os teus olhos cansados, quase fechados,
de quem não dormia há muito profundamente…
na tua cara era me permitido ver todas as tuas cicatrizes…
elas choravam,
mas não lhes olhei demasiado
para não se acharem capazes de se envolverem em mim também,
já bastavas tu, já bastava um refém …
Por fim, perguntei-te
‘porque é que estás a ser assim?’
e foi aí que percebi que afinal estava a olhar para mim…
A vida agasalha o vento
Que por vezes me arrasta,
E por ser fã do momento
Sou fruto de uma outra casta.
Quero venerar o universo
Para que conheça a palma
De uma mão que faz o verso
Num poema onde ponho a alma.
E então sonho e faço a cama
Àquilo que me seduz,
Para que me dispa a rama
E seja entre as nuvens luz.
Para que serve uma guerra? Para espalhar a tristeza
Para trazer sofrimento e acabar com a beleza
Para alterar o processo, lindo e singelo da vida
Para calar toda a voz, que espalha amor sem medida
Para que serve uma guerra? Para destruir o amor
Para desunir pessoas, para causar muita dor
Para exterminar a vida, de tanta gente inocente
Para almentar o ego de algum líder inclemente
Uma guerra nada traz, de bom para a humanidade
Ceifa vidas, muda rumos, tristeza e calamidade
Fere e mata sem limite, destrói tudo onde passa
Provocando o choro amargo, com sua grande devassa
Uma guerra alimenta, os piores sentimentos
Ódio, rancor e maldade, gerando dor e lamentos
Muda o curso das coisas, vira cinza o colorido
Torna negro o verde campo, que um dia foi florido
É necessário ter paz, porque dela dependemos
Em paz a vida transcorre, mais felizes viveremos
Paz no mundo assim se diz, paz no campo e na cidade
Paz na terra a todo homem, que tenha boa vontade.
Pulsa em mim esta necessidade premente
de escrever como quem vive, com paixão,
com o mesmo prazer de quem aprende a andar,
as primeiras letras como os primeiros passos,
Com o coração, de peito aberto, sem segredos,
Nesta entrega em que me dispo quase por inteiro,
Em cada verso, em cada estrofe, implícita
Nas entrelinhas do que digo mesmo sem dizer,
Porque escrever é a minha heroína, ópio e adrenalina,
É o sexo e a coragem que liberta numa dose qb de loucura,
É a viagem, entre duas margens de um mesmo rio,
O caminho que percorro entre o sonho e a realidade.
E nessa viagem faço de cada poesia ou prosa uma caravela,
Lançada ao mar à descoberta de novos e maiores desafios,
De me dar a mim mesmo outros mundos, outros Adamastores,
e aprender com gente tão diferente e distante e ainda assim iguais a mim,
De dar as mãos e fazer amigos através do juntar das letras,
De nelas espalhar amor e esperança como quem abre uma janela
E semeia ventos de bonança em folhas virgens, brancas
Como barquinhos de papel à procura de um final feliz.
Espero e espero e espero,
desespero à espera que me venhas resgatar
espero e espero e espero,
cansado, exausto de te esperar,
sem te ver chegar,
mas espero e espero e espero
a tua vinda pra me salvar.
Mas que tolo sou por te esperar.
Questiono me enquanto espero se também me esperas pra te salvar,
ou se existes se quer.
Mas mesmo assim sem certezas
continuo a te esperar
na esperança de um dia te encontrar.
Um ponto vermelho
Um pouco de amor
Um ponto preto
Um pouco de medo
Um ponto verde
Um pouco de esperança
Somos pontos
Finais
Somos pontos
E vírgulas
Somos um pouco
Mais que tudo
Somos um pouco
Menos que nada
Um ponto branco
Um pouco de luz
Um ponto amarelo
Um pouco de sol
Um ponto transparente
Um pouco de água
Somos luz
Por vezes apagada
Somos sol
Por vezes sem brilho
Somos pontos?
Somos vírgulas?
Por enquanto seremos apenas reticências…
Quando pensares que não resta nada,
O Sonho permanece
Como uma réstia de luz
Que atravessa uma parede decadente.
Agarra esse fio ténue,
Tão fino e tão débil
E, ao mesmo tempo,
Tão cheio de esperança.
É esse fio de luz
Que te vai ajudar a sair
Desse abrigo,
Ou esconderijo,
Onde te refugiaste
Com medo da realidade.
Deixa que o sonho te dê a mão
E te guie de volta
Para a Claridade.
Explode pelos poros até sangrar
perdi a conta de quantos sonos
esfumados no fumo da noite
e o pó dos desleixados, desterrados
morro por tempo indeterminado
como os que nunca morrem
desbloqueia-me a alma
ápices de resistência moral
deixo de ser eu, de ser
Procuro o hoje no para sempre
a energia dá um concerto de Jazz
lá dentro, acima do nariz
às vezes é para sempre, o hoje
só a puta da coca me ajuda a mastigar
estes dias duros, pintados de breu
inoculados no nexo
parece uma fuga
mas será a minha prisão.
Fico contumaz, nulo, inimputável
vago-maleante, covarde
sozinho entre tantos
na tortura de conviver despedaçado
manda para cá mais uma linha
diz o diabo interior para o Diabo
mergulha no abismo
olhei o amanhã e joguei-me
vestido com medos e traumas
dores no peito, e muito suor
e insónia.
Do agora, no gasto do tempo, tiro provento
Contemplo a geração do filho, meu neto
Fixo o luar, esqueço a noite vasta e escura
Face de rugas sulcada, âmago de doçura
A primavera a chegar, flores a desabrochar
Nos anos se renovou, saudades me suscitou:
Dos pequenos nadas, a euforia
Da criança o mundo de magia
De seguir os trilhos da coragem
Dos desafios, riscos e adrenalina.
Tantas memórias lançadas ao vento
Lembro o passado, presente cinzento
Pés empoeirados da estrada andada
Espirito sonhador por tudo e nada
Linguagem de suave, gentil presença
Ganha dos semelhantes, indiferença
Livro de sabedoria e profusas marcas
Sem eco, adeus em vida, falhas fáticas
Sou louco por letras.
Amanso a minha ira com os ditongos de Tolstoi.
Mastigo pós de brilhar com as histórias de Allan Poe.
Durmo ao som dos sonhos de Mia.
Rasgo a minha cólera com as fúrias de Agustina.
E embarco pelas ruas de Zafon, à hora certa dos relógios de Praga.
Baralho os tempos e as esquinas de Agatha.
Adiciono a espuma dos meus dias à turbulência de Faulkner
e vejo as sombras de Vian
no ombro esquivo de Yourcenar.
Quando Pessoa me tirou o sono
as letras molharam-se
por não saberem, afinal,
quem dos seus mil rostos falava assim.
As notas de rodapé embriagaram-me
com a água pé de Proust
e a amêndoa amarga de Cervantes,
o dos insanos moinhos em saga atroz.
As tramas matam os estilos.
Os poemas sabem a prosa.
As linhas cortam as frases
E o teu piano namora a minha voz.
Li.
E nunca mais fiquei só.
Sem mais pensar em fugir
Numa história de enredos cruzados
Hoje é dia de ver partir
As juras de amor dos amados.
Vai sem olhar para o sentimento
Esse que vai ficar com a partida
Essa manta de retalhos ferida,
Que se agarrou a toda a esperança
Que se dedicou com amor
Sempre para aliviar a dor,
Vai agora sair da bonança
Vai voltar a nascer
Vai-se inventar e recriar,
Com a resiliência seguir
Vai ter os dias que merecer.
Ventos que vão soprar, ventos que vão trazer
Vai olhar atrás e ser gratificante
Ver e admirar a conquista
A dor vai-se perder de vista
O eterno consolo aparente
O sorrir de satisfação contente
Vai vida, segue o teu caminho
Vai vida, já não tenho medo de estar sozinho.
O poema queima, vive em camara ardente
É comburente, corrosivo, irritante,
Inflamável, tóxico
Apresenta uma toxicidade variável
Tais como aguda a crónica depende
Da hora do dia quando lês poesia
O poema é oxidante é explosivo
É tóxico á vida aquática
É corrosivo á pele- causa danos severos aos olhos,
É auto reativo mutagénico a células germinativas,
Perigoso por aspiração
Tóxico a órgão alvo específico, é poluente
O poema é só um poema
O poema não interessa, o que interessa é a vida e a
Vida o poema não retrata
O poema é sujidade, suor, lágrimas e sangue
Também é dor e penumbra
O poema é trevas e escuridão em qualquer estação
Quer seja no outono ou na primavera
O poema do princípio ao fim não é nada
O poema é prejudicial á saúde
Erguido castanho pintado a folhas
Amarelo mundo
Silencioso profundo
Sem tamanho
Desce o céu aos pés da gente
Cada trilho uma aventura
E em tudo que se sente
Há uma ânsia de procura
Sabemos que vai a correr
O rio que nos percorre
Também ele irá nascer
Naquilo que em nós morre
Voltamos ou talvez não
Nenhum passo foi em vão
Neste passeio chamado vida.
Chego ao Kaffa pelo caminho que vem do Parque dos Príncipes.
Já deixei de usar relógio faz tempo e tenho o telemóvel
( a nova rosa dos ventos que agarra como a cocaína ) no bolso
escondido do casaco.
Mas a sombra da árvore mais velha ( desta rua ) insinua-me
que não andará longe o bater das 10h00 no sino da Igreja
cada vez mais vazia de almas crentes para a missa matinal.
O Zéfiro guia-me para a habitual mesa ( qual Távola
redonda deste novos tempos de peste ) junto à borda mais
próxima do rio de alcatrão onde sento o meu desalento
aqui e ali sobressaltado pelos espasmos vocais dos Senadores
ou das Damas surdas e desagastadas desta Corte ensimesmada
no almoço e no perigo eminente da canzoada.
É então que desamarro os graníticos nós da poesia
e solto a imaginação feroz de um cavaleiro ao serviço
do Rei Artur afogando no Tejo todas as bombas que destroem
os campos e os olhos mártires da Ucrânia a mando
das gárgulas pustulentas dos novos Imperadores do mal.
E o poema faz-se ao ritmo do voo picado das gaivotas
sobre o sítio onde ainda cheira às entranhas do Tolan
ou com o desagravo das justas cargas de merda com que os corvos
desta Lisboa atestam as cabeças desmioladas dos políticos.
Ama-me,
devagarinho,
deixa-me ser ave
adormecida no teu ninho.
Conta-me histórias
com o suave aroma a jasmim.
Diz-me que gostas de mim.
Ama-me,
docemente,
serei a água que te sacia a sede
e que brota, pura, da nascente.
Promete-me o céu, a terra, o mar
e acolhe-me nos teus sonhos, ao luar.
Diz-me que gostas de mim.
Ama-me,
delicadamente, sem nada exigir,
dar-te-ei tudo:
as minhas lágrimas, o meu sentir.
Segreda-me quem és
e quem comigo serás.
Ama-me,
deixa-me ser a flor que nasce no teu jardim.
Diz-me que gostas de mim.
Visto o poema por cima da pele
e escuto o que me conta a alma.
Às vezes, acorda do lado errado,
aflita, em águas perdidas
e busca desesperadamente
palavras raras e perseguidas.
Outras, encontra tanta beleza
que enche o espaço do coração
com nuvens que sobrevoam o mundo.
Apenas sei que o poema dança.
Move-se à frente dos meus olhos
para não ser calado ou esquecido.
Acena a mão com todos os dedos,
levanta-me se cair ao chão
e perdoa-me sem que eu lhe peça perdão
por esquecer o que levo da vida.
É um amigo de muitas palavras,
mas cheio de silêncios escondidos
que não guardam a aguda emoção
de fazer lida e casa na poesia,
nas linhas da folha ou que são vividas
no sopro libertado ao segundo.
Os falsos deuses ilustres
jogam o xadrez das vidas
e escolhem preços, felizes,
para as peças proibidas.
E o mundo vai bravo
e os homens dançam
e os meninos morrem
de armas na mão.
O povo elege outros deuses,
mais falsos, mais ilustres,
mais pílulas de adormecer,
mais nada para se ver.
E o mundo vai bravo
e as mulheres cantam
e as meninas choram
de sonhos no chão.
O futuro está comprado
e o preço são homens
e o troco mulheres
que deram a vida
por outra nação.
Riscos e mais riscos…
O espelho é tão verdadeiro,
Sempre mostrando o meu eu escondido.
Gostaria de poder esconder-me em falsos sorrisos,
Mas, quando olho para ti, simplismente não consigo.
Essa sou eu?
Não acredito!
O que fizeram contigo?
Riscos e mais riscos…
Me desculpa, não eras o destino,
Mas acabei te ferindo.
Realmente, sou um caso perdido,
E sabes perfeitamente disso.
Não te espantes com o que digo,
Pois o silêncio tornou-se meu inimigo
E a solida, meu abrigo.
Riscos e mais riscos
Encontro-me em pedaços
Só de pensar que talvez não me encaixo.
Diria que sou uma peça vazia, e de certo modo sombria.
Quem em sã consciencia,me escolheria?
Continuo desenhando um caminho em linhas…
Problematica eu diria!
Quem derá pudesse fazer poesia.
Arriscar uma entrada em ti é melindroso,
É um aceitar incerto projecto,
E testá-lo em nobre grito jovioso,
Com mãos extasiantes de horizontes perto.
Um carregar montanhas em miniatura de carroça,
Um segurar frotas em ofensiva de guerra,
Um encostar águas em mini-castelos de terra,
Comprar boninas e fugir como se a compra fosse nossa.
Não é o resistir ao irreprimível canto da tua boca,
Não é um saltitar sobre brasas geladas nunca,
Não é um voo de lince em estrada térrea contínua.
Arrisco-me nesta aventura
Como se fosses trémulo perigo ou devassa loucura,
Que tal és, e eu não concebo o quão és brancura.
quem procura as horas e os lugares
para acordar as casas do conhecimento
nem sempre encontra a caligrafia da água
para ter o mar nas musas da sua alma
nem o vento que traça as linhas
entre o equilíbrio das uvas claras
e os lagos da primavera
tem que acordar os primeiros dons da vida
na chuva de uma trama verde
abraçar as polifonias dos anjos
ser um archote iluminado de mãos para restaurar
uma vírgula atrás da outra
numa duplicidade de aves
redondas em cada punho do mar
irromper o calor da sabedoria
como se fosse o primeiro poeta
a ter uvas no olhar
despir-se no branco das açucenas
ter as pálpebras do coração
incendiadas como rosas
que procuram ter nos olhares das suas pétalas
uma haste em perfeito movimento
porque nem só de lágrimas vivem as estrelas
há toda uma respiração que as envolve
de fora para dentro
como se as palavras fossem
as cintilantes diástoles das sílabas
e os pulmões do poema
o precioso beijo de uma abelha
nas tangerinas do mundo
Eu gostei de você
E você foi embora
Eu gostei de você
E você vai embora
Nunca fica para o café da manhã
Nem diz adeus
Nem até breve
Vai embora…
Escrevi pra você
E você vai embora
Sem bilhete
Notinha no caderno
Nem beijo no papel de carta
Ou carta no papel.
E é noite
E tem ônibus
E ponteiros no relógio
E minha tristeza
Minha solidão
Talvez você não vá
Talvez eu nem fique
Talvez isto se transforme numa poesia
Ou numa canção de despedida
Para os nossos encontros
Para nossas vidas…
Talvez!
Sinto uma preguiça lassa
que vem e não passa!
Apenas com o seu véu invisível me enlaça
deixa no céu uma cor opaca e baça
quando assim prende insistente e tão persistentemente
apenas mói e por vezes embaraça
porque vem teimosa e insidiosamente
maça e ainda que queira, mostra-se obstinada, e não passa…
‘Spreitando na manhã vejo o teu nome
Nas teias, nos outeiros e nas rosas
Vejo o teu nome em estrelas luminosas
Na chama branda e pura que consome.
Vejo o teu nome nas casas, nas ruas
Nas fontes dos caminhos gotejando
O teu nome silente se arrastando
Pelas paredes nuas.
Vejo o teu nome em trilhos que decoro
No peito sacrossanto aos céus volvido
Vejo o teu nome em sonhos proibido
Quando por sobre o leito às vezes choro.
Vejo o teu nome em toda a Natureza
Rompendo e envolvendo todo o prado
O teu nome secreto anunciado
No rosto da Beleza.
Preso no que não fui,
Escravo do que sou;
Acorrentado ao que flui,
Sítio onde não estou.
Como posso eu estar preso?
É daí que fico surpreso
Em meio que ao tentar perceber
Tudo se reduz ao parecer.
Sou mais no que não medito,
Estou mais no que tenho dito;
Poderei estar onde sou
Sem ser onde não estou?
Serei eu o que sou
Parte do que não fui?
Ou o que fui
O que sou onde não estou?
Vivo de um mar de possibilidades
Num rio de realidades;
Mergulharei incertamente nestas águas,
Ainda que tenha que suar as mesmas fráguas?
Nas flores esdrúxulas do vasto jardim
Procuro a resposta como um fim
E nela encontro um meio para outras questões,
Que, por séculos, têm enterrado multidões.
Nesta correria da vida,
De encontros e desencontros.
Chegar ao cais,
De sentir os sinais,
Apertar a mão,
Sorrir e perguntar,
Como vais?
De o irmão abraçar,
Com o amigo poder falar,
Cumprimentar o desconhecido,
Não ter rede e pescar o sentido.
Ir mais além do permitido,
Aquele que se faz adido.
Sentir o caminho,
Seu e do vizinho.
Dar de beber à sede,
Fazer a sua própria rede.
Ó tu que mão tens?
Que horizonte e nuvens,
Tu tocas e sentes?
Será mera miragem,
Ou estás só de passagem?
Não sei como aconteceu,
Para do teu coração fazer casa.
Que amor é este o meu
Pelo aconchego da tua asa?
Que bom é ser refém dos teus beijos…
Viver tão intensamente,
Ter sonhos e ter desejos…
Ao entrares na minha mente.
Sou rica porque tenho um tesouro,
amor,fogo,paixão,
Um brilho intenso como o ouro,
E o calor da tua mão…
Tenho tanto sendo apenas eu…
A vida trouxe-me um jardim,
E a flor que ela me deu
Também mora dentro de mim.
Entre a luz ténue de um sorriso,
O abraço que te envolve,
Círculo curvo, descrito e conciso,
A magia, do doce e sincero beijo, devolve,
Atenua as estradas duras desta vida,
Na entrega e nos íntimos desejos,
A experiência, momentos sem qualquer dúvida
Abraços da alma, laços nesses lábios, os sinceros beijos
Esse tempo,
De tudo ou nada simples e conciso,
Leve e consistente,
Importante e impaciente,
Tão meticuloso e preciso,
Tal como o puro momento,
Momento sim, sem gloriosas histórias,
Apenas leves e pesadas, as memórias,
Que trazes, transportas em ti,
Todo mundo de, aqui e ali,
Batem levemente, as horas,
Nos pesados ponteiros,
Segundos e minutos, tarde demoras,
Os números por esse universo, inteiros,
Esse tempo que escasseia,
Na tua mente,
A realidade em mim torneia,
O mundo inteiro presente,
O tempo, sem tempo,
Simples, complexo e desconfortável,
Demorado, inseguro e estável,
Dentro do coração, a alegria e o tormento…
Já poeta não sou, não sou ninguém;
Nem vontade tenho para escrever.
Tanto se me dá viver ou morrer,
Pra qualquer lado sempre estarei bem.
Pouco me importa o que por aí vem,
Quer possa ou não possa merecer;
Seja o que for que esta vida me der,
Não se compara com o que há no Além.
Por isso, amigos que ainda tenho,
Não me questionem pelo que me embrenho
E nem entender esta minha azia.
Escrever, pra mim, já não faz sentido,
Que o que eu sempre quis, sem ter conseguido,
Sublime ambição, escrever poesia.
Melodia de um viver profundo
Onde a vida se torna sonho
Umas vezes imperfeita
Outras a imperfeição desfeita
No saber que escutas
No viver que aprofundas
Não te canses de sonhar
São tantas as voltas que vida dá
Tanto que ela reserva
Sonhos que comandam a vida
Tão certa e tão severa
No certo ou errado
No que sentes ou desmentes
Não te canses de sonhar
Acolhe mais um dia
Nesta estrada sinuosa
Sabes que ela te espera
Pode ser maravilhosa.
No tempo saberás
No pulsar do coração
A vida acontece
Só não pares de sonhar.
O amor vem sempre a tempo,
Ainda que não compreendas, percas a esperança.
São onze horas, desde outras onze lá espera,
Espera e descansa.
Essa tua aflição é só porque não acreditas:
Que ele não chega obrigado, resignado e de birras,
Nem pelo calendário, nem pelo relógio o empurram
Para ir a esse lugar impreciso.
Ele só vai onde lhe é querido, nunca a pedido.
Bicho do mato, coisa selvagem – amor sem pingo de humanidade!
Só sabe ser feito de verdade
E não faz vinda anunciada,
Nem nessa tua paragem
… impaciente paragem
Se compromete ou tem hora marcada!
baixinho cantava
do mundo se refugiava
em seus pensamentos,
sorria, enfrentava os tormentos,
das dificuldades sobrevivera.
com a aura duma primavera
que timidamente renascia,
com a força que sentia
do seu âmago renascia.
por todos ignorada
sua presença mal-amada
pelos seus sonhos vagueava.
com a força de sua fé implorava.
no silêncio deste mundo
com um sentimento tão profundo.
o carinho que de si fugia
na ilusão perseguia.
seus gritos abafados
nesta vida silenciados.
no seu mundo mergulhara
a paz e tranquilidade encontrara
como um manto que a cobria
numa aura que a protegia.
agora sentia paz
neste universo, já tanto faz
em seus sonhos viajava
e a felicidade encontrava.
A calma desejada
finalmente encontrada
no seu interior iluminava
numa luz pura a adornava
Loucos são aqueles que deixam de ser loucos.
Porque a loucura faz-nos viver, faz-nos sonhar, faz-nos amar.
Deixar de ser louco… é deixar morrer uma parte de nós.
Vestiu de limpo e saiu à rua, bonita de flor,
O escarlate dos lábios trémulos estonteia os pássaros,
o ardina e a vizinha que espreita.
O corpo dela arqueia-se na pressa clandestina,
numa ansiedade mapeada de dor e desejo.
Violeta, rompe esquinas e ruelas,
violenta,
violenta-se
na marcha surda rumo aos braços deles.
Multipétalos de cães,
humanos enraivecidos,
vulgos ícaros,
desejam, tão-somente,
com tais línguas bífidas,
sorver a canela da sua pele.
Sofrem desmesuradamente,
transpiram num vai-e-vem de solidão.
Finda a dança pútrida.
Ela regressa lilás com hematomas na alma,
e no parapeito da janela do comboio,
repousa os seios gastos diante da paisagem em fuga.
Efabula da cintura para baixo, ousa,
vinga-se do quotidiano a preto e branco.
Acorda e sai na próxima estação.
– Todos concordam que fora um sonho?
Do caminho percorrido,
já não dura a amargura,
a mágoa, a raiva,
nem sequer a tristeza,
antes a certeza.
Que o caminho que fiz,
fui Eu que o pisei e senti.
E não morri. Não!
Porventura renasci!
Em mim, em ti, em nós!
Na paz de estar,
na esperança de alcançar,
na fé de partilhar,
enfim Ser.
Neste dia a dia
que dura a Eternidade
enquanto Viver!
Tenho saudades
de me expressar
e conseguir ouvir,
de contemplar
o que estou a sentir
sem ter de pensar
no que sei intuir.
Sinto falta de te ver
sem ter de perceber
o que estou a escrever
ao tentar compreender
as saudades que tenho
do que vai acontecer,
transiente por empenho
ardente neste estranho
presente de viver.
Poema é teorema
em que o quadrado da hipotenusa
é musa
– geometria inspirada
é poesia -.
O livre arbítrio
De dizer sim num mundo de nãos.
A mim, a nós,
A caminhos desenhados pelas minhas mãos.
Esse, que faz dos meus pensamentos, voz
E cria uma infinidade de trajetos
Aos quais não tenho mapa mas,
Já decorei o destino.
Liberta.
Por outras palavras,
Deixa ir. Desprende. Solta.
Por outras palavras,
Corre por campos de minas sinalizados:
Pela guerra entre a inspiração e a realidade.
Cruzo os dedos para que seja a única.
Somos livres
Na perfeição de uma pauta de Mozart.
Mas também,
Num quadro por terminar,
Porque o pintor assim o decidiu.
Somos a personificação de cada pétala
Nos cravos de abril da Dona Celeste.
Somos os próximos Domingos e Conceição.
A independência criada pela vontade de viver
Em pleno.
Não nos esqueçamos dos tempos de lápis azul
Quando votarmos com a caneta da mesma cor.
Creio que no final
Se criou a emancipação da vida
No meio das regras da existência humana.
E que bom é viver assim.
Liberta.
Dizem por aí
que saudade não tem tradução.
É apenas sentimento, emoção,
a nostálgica e torturante melancolia
de um amor que perdura mas não tem para onde ir.
É apenas o sonho do retorno a um dia
em que tudo era melhor:
um céu banhado pelo sol,
eu deitada naqueles braços,
um museu de sardas e artefactos
perdido nos confins do tempo.
Um passado distante de batimento lento
que a despeito de meu desejo, nunca poderei revisitar.
Tal pintura inacabada,
tal acordo por selar.
Saudade, saudade…
És a benção e a maldição de viver até velha idade.
O meu pai é um homem da terra.
Que se embrenha no castanho
E inspira o ar que os pinheiros exalam.
Genuinamente inspirador
Na forma como simplesmente é.
Feliz sem validação.
Feliz simplesmente porque o sol nasceu
E é merecedor de mais um dia.
Lamenta apenas uma coisa.
Não saber tocar acordeão.
Sente pena por não ter namorado as teclas
E ter aberto espaço na sua vida para as gravar na ponta dos dedos.
Com o meu pai, aprendi que somos maravilhosos
Por sermos simplesmente quem somos.
Com a nossa grandeza tão mal medida pelos olhos da sociedade.
Se soubermos que somos grandes, convictamente,
De forma consciente, seremos infinitos e harmoniosos
Nesta passagem tão singela e privilegiante.
Seremos felizes na nossa autenticidade
A Voz que Abril Não Soube Ensinar
Antes de Abril,
a liberdade era um nome ausente nos serões,
um rumor mastigado entre dedos trémulos,
um verbo impronunciável na boca das mulheres.
Falava-se dela como se fala do mar à criança enclausurada:
algo distante, algo belo, algo impossível.
O tempo era um corredor estreito,
as janelas fechadas na resignação dos dias iguais.
As mães ensinavam as filhas
a baixar os olhos,
a caminhar sem deixar pegadas.
Não ser vista.
Não ser ouvida.
Não ser.
Então veio Abril,
de súbito,
como um incêndio dentro da noite.
E disseram: Agora podem falar!
Abriram-se ruas, livros, promessas inflamadas.
E o país acreditou que as vozes silenciadas
se soltariam como pássaros adormecidos
a encontrar a fenda na gaiola.
Mas a liberdade,
ah, a liberdade não aprendeu a falar de um dia para o outro.
Dentro das casas, os gritos foram sussurros,
as portas continuaram a fechar-se à noite,
as mães ainda diziam às filhas
para voltarem cedo,
para não rirem alto,
para escolherem bem as palavras.
A liberdade chegou,
mas não veio ensinar-nos a usá-la.
Não arrancou o medo das costuras do tempo,
não devolveu as frases que engolimos durante séculos.
Porque a liberdade não é um decreto,
não é uma data,
não é um discurso.
A liberdade é um músculo que se aprende a usar.
E dentro de muitas mulheres,
a revolução ainda está a aprender a andar.
Querido Pessoa,
Eu não sou o amor da tua vida.
Eu não sou quem te acorda todas as manhãs, e muito menos sou quem fica a ver-te adormecer.
Não sou quem está à tua beira nas noites de pesadelos.
(Mas oxalá não tenhas muitos.)
Não sou quem te dá aquele abraço forte quando tu mais precisas e que diz “vai ficar tudo bem.”
Eu não sou o amor da tua vida.
Eu não sou quem te beija loucamente.
(Mas se pudesse beijava-te como se não houvesse amanhã.)
Não sou quem te agarra a mão.
Não sou quem viaja contigo.
E muito menos sou com quem tu viajas nos teus sonhos.
Eu não sou o amor da tua vida.
Não é a minha mensagem que tu esperas ansiosamente.
Não é a minha voz que tu necessitas de ouvir.
Não é a mim que tu anseias encontrar na rua.
Não sou eu quem te aquece.
Eu não sou o amor da tua vida.
Não sou o teu porto de abrigo.
Não sou a tua casa.
Não sou com quem desabafas.
Nem sequer sou com quem tu falas, nem que seja sobre coisas banais.
(Mas o que é que poderia ser banal à tua beira?)
Eu não sou o amor da tua vida.
Não sou a tua obra de arte.
Não sou o teu orgulho.
Não sou a pessoa por quem te apaixonas todos os dias.
Não é o meu ombro que te acolhe.
(Mas nunca te esqueças que tens em mim uma casa.)
Eu não sou o amor da tua vida.
Não é comigo que perdes a noção do tempo.
Não é comigo que ficas a contar as horas e os minutos para me veres.
Não é a mim que tu vês.
Não sou a tua outra metade.
Eu não sou o amor da tua vida.
Não sou com quem tu te ris até te doer a barriga.
(E que saudades do teu riso.)
Não sou para quem tu escreves.
(E é só para ti que eu escrevo.)
Não sou a tua musa.
Não sou absolutamente nada.
(E tu que és absolutamente tudo.)
Eu não sou o amor da tua vida.
Não sou quem passa na tua cabeça.
(E tu que não sais da minha.)
Não sou quem tem o prazer de te chamar “meu”,
(Mas quem me dera ser.)
Não pelo sentimento de posse.
Mas pelo sentimento de amor.
Não sou quem tu sentes saudades.
Não sou o corpo que te completa.
E não sou a alma que te preenche.
Não sou a pessoa a quem vais falar aos teus amigos.
Não é a mim que vais apresentar aos teus pais.
Não sou a pessoa de quem tu falas com tanto orgulho que sorris com o olhar.
Eu não sou quem te acompanha nos teus momentos mais importantes.
Não sou quem chora os teus fracassos nem quem festeja contigo as tuas vitórias.
Eu não sou o amor da tua vida.
Não sou a pessoa mais importante para ti.
Não sou quem tu achas incrível.
E muito menos quem achas especial.
Não sou eu com quem tu irás partilhar a tua vida inteira.
Não é comigo com quem irás casar.
Não é de mim que tu precisas.
Não sou eu quem tu amas, meu querido Pessoa.
Mas eu amo-te.
E eu sei que não sou o amor da tua vida,
Mas caramba como tu és o amor da minha.
Da tua, Ophélia.
Até as estrelas tem nome
brilhar faz parte da vida
nascemos num dia de sol
morremos num negro cinzento
vivemos as cores da vida
em talentos e dons escondidos
nos sonhos onde os descobrimos
e somos amados e escolhidos
o nosso barco ancorado
e as malas sempre feitas
nossas pequenas viagens
sempre entre duas margens
o velho barco enferrujado
e do cais não vai zarpar
âncora presa no fundo do mar
a certeza de não voltar
e nas memórias dum veleiro
que juntos o vento nos fez navegar
oh doces palavras e quentes
que fez o nosso coração te amar
na proa me sento a olhar
gostaria de te ver regressar
muitos dias e noites a olhar
és uma estrela no céu a brilhar
E por mais que alce voos
disfarçados de outros poemas
que são os mesmos
Tantas vezes despencando
em literários abismos
Acaba sempre pausado
no primeiro verso de amor
que fez seu batismo
NOTAS:
1. O ponto 7 do Artigo 3.º, que indicava a possibilidade de um único voto mensal (por bloqueio IP) foi suprimido a 4 de abril, após várias solicitações de autores e vontantes, conforme publicação nos canais digitais.
2. Desde o dia 4 de abril, cada utilizador tem direito a um voto por dia (24h) no seu poema favorito, por Internet Protocol (IP). Significa que se vários utilizadores partilharem a mesma ligação de internet, só um voto por dia será possível nessa ligação, pois o limite de votos é definido por IP e não por dispositivo (telemóvel, computador ou tablet);
3. Após o incidente verificado no passado dia 11 de abril, a apresentação imediata de resultados foi suprimida, para não induzir em erro os utilizadores da plataforma.
4. No seguimento do ponto anterior, os resultados serão apresentados conforme estipulado na alínea a) do ponto 1 do artigo 3.º. Isto é: os 10 (dez) poemas vencedores são divulgados nas redes sociais da Creative Books até ao quinto dia útil do mês seguinte;
5. Para confirmar a validação do seu voto, verifique o sinal verde no topo do pop-up de votação.
RESULTADOS
B R E V E M E N T E